La salle de classe

La salle de classe

10/03/11

Um texto dedicado a todos aqueles que amam, deixaram de amar ou pensam não amar

Ser

Eu sou um ser humano, eu sou um ser vivo. Ainda assim, sinto a minha vida a esvair-se nos meandros da tua dor.

Eu sou ser sentido. Eu sou um ser livre. Mas permaneço estático e amorfo, congelado pelo sofrimento, exausto pela tua insustentável existência.

Perco-me, todos os dias, um pouco mais letárgico, um pouco mais dorido, encurralado no labirinto frio da ausência de amor.

Vislumbro a saída, conheço a escapatória. Falta de coragem ou ousadia minha, mas tenho um despreocupado, contudo, insuportável vazio de razão e emoção na minha consciência.

Quero viver. Voltar a brilhar. Ouvir-me a rir e a cantar de inconsciente alegria, embora teime em mergulhar nas profundezas do teu silêncio, à espera só mais um pouco, de uma luz, de um arrepio que me devolva a minha existência plena e imensa do teu incomensurável ser que me esmaga a alma.

Eu vou sobreviver, eu vou adormecer, entorpecido e expectando a malograda e doce vontade de te amar.
Eu vou agarrar-me a ti, eu vou respirar levemente, docemente, sem ruído, sem movimento, muito pequeno, sem sentimentos.

Pois eu tenho medo da cintilante e arrasadora libertação que mais me assusta
que o cárcere da nossa relação.

22/02/11

A tous ceux que j'aime, ceux que j'ai aimé et ceux que j'aimerai toujours...

NÃO SER E SER ASSIM

Tudo o vento leva
Tudo o vento levou
Deixou-me a mim sem rumo
Mas não me derrubou


Tudo dou ao Outro
Tudo o Outro tomou
Deixou-me a mim vazia
Mas não me matou


Tudo a ti dedico
Tudo a ti renuncio
Mesmo que sem vida fique
Pelo menos vivi


Para meus filhos, irmãos e pais.
Porque eu, sou assim
Betty Blue
 

mes poèmes, en Anglais, en délires et en douces souffrances

WANDER

Never forget who you are
Never forget where to go
Never forget to wander
Us
For life
Forever...


THE MOVEMENTS OF LIFE

Pull up
Pull down
Get up
Get down
You lied
It never comes back
Enjoy and die.


IF

If only you could see what I see
If only you could feel what I feel
If only you could live what I live
Then perhaps
You could.
If only you could...


GRAVITY

I feel no gravity
An urge to fly
A need to die
I feel my mind
A thrill to cry
And still I try
To grab the sky
There is no hope
There is no love
No life, no pride
I have to die.

Betty Blue

13/02/11

A nossa liberdade

Parce que demain c'est la Saint Valentin.
Parce que demain, tout comme aujourd'hui
Je t'aimerai plus qu'hier
Je te chérirai comme toujours
En quête d'un nouveau demain.

A nossa Liberdade
Como lhe chamaste
Parece tão longe
Quase lhe tocaste

Engolindo a minha vida
Acaricia o meu peito
Não me deixes sofrida
Oferece-me o teu leito

A nossa liberdade
Consolida o meu ser
Constrói o meu espírito
Não me deixes morrer

Abre-me o teu abraço
Aperta-me o rosto
Dá-me o teu regaço
Exorcisa-me esta dor

Quero caminhar contigo
Percorrer este trilho
Até ao fim sentir
Reluzir este brilho

E quando acordar
Invadida pelo teu cheiro
No teu corpo abandono
A minha alma ingénua.

05/01/11

Só para abrir mais horizontes...

Identidade
Preciso ser um outro
para ser eu mesmo

Sou grão de rocha
Sou o vento que a desgasta

Sou pólen sem insecto

Sou areia sustentando
o sexo das árvores

Existo onde me desconheço
aguardando pelo meu passado
ansiando a espera do futuro

No mundo que combato
morro
no mundo por que luto
nasço

Setembro 1977
Mia Couto


 Couto, M. (1999). Raiz de Orvalho e Outros Poemas. Editorial Caminho.

PROJECTO VIII:


Este sítio, intitulado aula intercultural, caracteriza-se por disponibilizar ferramentas didácticas e actividades pedagógicas que possam ser utilizadas e exploradas em sala de aula, inclusive na aula de Língua Portuguesa, tratando-se de uma língua romanófona como o Castelhano e que pode proporcionar uma abordagem intercompreensiva da aprendizagem em Língua Materna, bem como uma abordagem plural. Por outro lado, apresentam ferramentas directamente relacionadas com as questões de géneros, e as especificidades da Identidade feminina. Apresentam outros e variados projectos desconstruindo os eterótipos construídospela cultura dita dominante do Ocidente acerca das mulheres muçulmanas no projecto denominado - Mujeres musulmanas: estereotipos occidentales versus realidad social. Este projecto oferece a consulta de bibliografia e outros documentos para se poder falar sobre as mulheres muçulmanas sem as barreiras da discriminação e do pensamento branco e judaico-cristão, de forma clara e aberta.
Também se referem outros projectos, ainda mais abrangentes, em que a questão de género(s) também tem um papel decisivo na criação de atitudes discriminatórias que devem ser combatidas através da partilha e da discussão desses temas decisivos numa perspectiva intercultural, como o é a questão da violência sobre as minorias mais fragilizadas. A hiperligação seguinte informa e oferece através do meio de um blogue uma reflexão partilhada sobre essa violência, mais dirigida a adolescentes, oferecendo estratégias e conteúdos específicos que se podem utlizar em sala de aula e abordar de forma pedagógica numa aula de Formação Cívica ou numa perspectiva transdisciplinar com as Línguas Portuguesa e Estrangeiras, Geografia (7.º e 8.º anos de escolaridade), Educação Visual e Área de Projecto:(cf: - Convivencia escolar y prevención de la violencia. El curriculum de la no violencia).

1.      Esta aula intercultural dirige-se aos professores, formadores, alunos, e de um modo geral os aprendentes (mesmo ao longo da vida) de uma L.E. e/ou materna ou de outras disciplinas, que queiram apropriar-se de um pensamento intercultural e entender melhor as intrincadas e profundas relações existentes entre as várias culturas do mundo e enriquecer dessa forma a comunicação educativa. O objectivo é mostrar que a nossa própria cultura vive e mantém-se viva através da sua interacção com outras culturas, outras religiões e outras identidades. Diria que o público-alvo deste sítio é intergeracional, e da mesma forma que os Picture Books emocionam, ensinam e enriquecem quem quiser aprender a ser melhor ser humano, dos 0 aos 100 anos.
2.      As credencias deste sítio estão divulgadas no final da página principal: O projecto é da responsabilidade do Sindicato dos Professores da UGT espanhola bem como do Sindicato UGT em Espanha. O portal e as suas actividades contam com o financiamento da União Europeia, mais precisamente o Fundo Europeu para a Integração e pelo Ministério do Trabalho e da Imigração do Governo de Espanha, tendo a colaboração do Ministério da Educação do Governo de Espanha, através do Instituto de Formação de professores, Investigação e Inovação Educativa (IFIIE). O Ministério da Igualdade Espanhol também intervém neste sítio, nomeadamente nos projectos ligados às questões da defesa dos direitos das mulheres enquanto minoria de género e de etnia.  
3.      Tratando-se de um sítio espanhol, todo em língua castelhana, não me pronunciarei sobre a correcção linguística. Todavia, pelos conteúdos oferecidos, as ligações úteis para os serviços de imigração, organizações para a igualdade dos géneros, guias para apoiar na integração dos imigrantes, para promover a educação das meninas oriundas de minorias imigrantes e muito e diversos documentos que visam uma integração harmoniosa, respeitando as identidades das minorias e as especificidades das suas culturas.
4.      Em termos estético-visual, temos um exemplo de um sítio muito atractivo, com o uso de imagens e cores vivas muito apelativas, a utilização do aspecto estético de vários formatos e tipos de letras. A página de apresentação e todas as páginas de hiperligações ostentam no topo várias bandeiras como forma de salientar as suas características de multiculturalidade e interculturalidade. O projecto que visa a alfabetização das mulheres imigrantes, mais precisamente as mulheres marroquinas, contém inclusive cadernos com informações para os formadores e professores reflectirem sobre um tipo de educação livre de sexismo e discriminação dos géneros. Refere-se, por exemplo o uso dos nomes próprios e o facto do nosso nome funcionar como cartão de visita das nossas especificidades identitárias, como a presença das mulheres implica um determinado tipo de interacção em sala de aula, exemplos de actividades a implementar em sala de aula. Também existem recursos na secção da biblioteca digital para consultar e obter informações cruciais em termos de procura de emprego, de direitos laborais (exemplo: Guía Intercultural para el Empleo y la Convivencia en la Región de Murcia, e Nº 7 Revista Punto de Vista: Religiones).
5.      Em termos de abrangência da mensagem, pelo facto do sítio estar apenas disponível em Castelhano, pode condicionar o visitante que tenha dificuldade em entender a língua. Contudo, e de acordo com a realidade portuguesa, essa condicionante torna-se muito pouco relevante, pois as semelhanças das línguas permitem uma leitura suficiente e diria mesmo confortável, bem como uma apreensão do sentido da mensagem. Mais uma vez, este sítio poderá servir de base de trabalho para diversas disciplinas (Formação Cívica, Língua Portuguesa, Área de Projecto, História, Geografia e Línguas Estrangeiras, nomeadamente as romanófonas). Tanto em termos de pesquisa, bem como de aprofundamento de temáticas ligadas aos direitos das mulheres, à alfabetização das crianças do sexo feminino ou até à criação de guias/roteiros/panfletos de ajuda ou apoio para minorias de género, étnicas ou religiosas – e temos exemplos de sobra neste portal – podemos usar pedagogicamente através de diferentes metodologias estes recursos e implementar actividades de carácter predominantemente intercultual em sala de aula, em actividades extra-curriculares, em clubes, no âmbito da aquisição de literacias através dos programas de Bibliotecas Escolares, etc… De ressalvar, ainda, os preciosos recursos pedagógicos para professores e formadores que queiram saber mais e melhor sobre a educação livre de sexismo e discriminação. A explorar, definitivamente, numa escola perto de si.