Este sítio, intitulado aula intercultural, caracteriza-se por disponibilizar ferramentas didácticas e actividades pedagógicas que possam ser utilizadas e exploradas em sala de aula, inclusive na aula de Língua Portuguesa, tratando-se de uma língua romanófona como o Castelhano e que pode proporcionar uma abordagem intercompreensiva da aprendizagem em Língua Materna, bem como uma abordagem plural. Por outro lado, apresentam ferramentas directamente relacionadas com as questões de géneros, e as especificidades da Identidade feminina. Apresentam outros e variados projectos desconstruindo os eterótipos construídospela cultura dita dominante do Ocidente acerca das mulheres muçulmanas no projecto denominado - Mujeres musulmanas: estereotipos occidentales versus realidad social. Este projecto oferece a consulta de bibliografia e outros documentos para se poder falar sobre as mulheres muçulmanas sem as barreiras da discriminação e do pensamento branco e judaico-cristão, de forma clara e aberta.
Também se referem outros projectos, ainda mais abrangentes, em que a questão de género(s) também tem um papel decisivo na criação de atitudes discriminatórias que devem ser combatidas através da partilha e da discussão desses temas decisivos numa perspectiva intercultural, como o é a questão da violência sobre as minorias mais fragilizadas. A hiperligação seguinte informa e oferece através do meio de um blogue uma reflexão partilhada sobre essa violência, mais dirigida a adolescentes, oferecendo estratégias e conteúdos específicos que se podem utlizar em sala de aula e abordar de forma pedagógica numa aula de Formação Cívica ou numa perspectiva transdisciplinar com as Línguas Portuguesa e Estrangeiras, Geografia (7.º e 8.º anos de escolaridade), Educação Visual e Área de Projecto:(cf: - Convivencia escolar y prevención de la violencia. El curriculum de la no violencia).
1. Esta aula intercultural dirige-se aos professores, formadores, alunos, e de um modo geral os aprendentes (mesmo ao longo da vida) de uma L.E. e/ou materna ou de outras disciplinas, que queiram apropriar-se de um pensamento intercultural e entender melhor as intrincadas e profundas relações existentes entre as várias culturas do mundo e enriquecer dessa forma a comunicação educativa. O objectivo é mostrar que a nossa própria cultura vive e mantém-se viva através da sua interacção com outras culturas, outras religiões e outras identidades. Diria que o público-alvo deste sítio é intergeracional, e da mesma forma que os Picture Books emocionam, ensinam e enriquecem quem quiser aprender a ser melhor ser humano, dos 0 aos 100 anos.
2. As credencias deste sítio estão divulgadas no final da página principal: O projecto é da responsabilidade do Sindicato dos Professores da UGT espanhola bem como do Sindicato UGT em Espanha. O portal e as suas actividades contam com o financiamento da União Europeia, mais precisamente o Fundo Europeu para a Integração e pelo Ministério do Trabalho e da Imigração do Governo de Espanha, tendo a colaboração do Ministério da Educação do Governo de Espanha, através do Instituto de Formação de professores, Investigação e Inovação Educativa (IFIIE). O Ministério da Igualdade Espanhol também intervém neste sítio, nomeadamente nos projectos ligados às questões da defesa dos direitos das mulheres enquanto minoria de género e de etnia.
3. Tratando-se de um sítio espanhol, todo em língua castelhana, não me pronunciarei sobre a correcção linguística. Todavia, pelos conteúdos oferecidos, as ligações úteis para os serviços de imigração, organizações para a igualdade dos géneros, guias para apoiar na integração dos imigrantes, para promover a educação das meninas oriundas de minorias imigrantes e muito e diversos documentos que visam uma integração harmoniosa, respeitando as identidades das minorias e as especificidades das suas culturas.
4. Em termos estético-visual, temos um exemplo de um sítio muito atractivo, com o uso de imagens e cores vivas muito apelativas, a utilização do aspecto estético de vários formatos e tipos de letras. A página de apresentação e todas as páginas de hiperligações ostentam no topo várias bandeiras como forma de salientar as suas características de multiculturalidade e interculturalidade. O projecto que visa a alfabetização das mulheres imigrantes, mais precisamente as mulheres marroquinas, contém inclusive cadernos com informações para os formadores e professores reflectirem sobre um tipo de educação livre de sexismo e discriminação dos géneros. Refere-se, por exemplo o uso dos nomes próprios e o facto do nosso nome funcionar como cartão de visita das nossas especificidades identitárias, como a presença das mulheres implica um determinado tipo de interacção em sala de aula, exemplos de actividades a implementar em sala de aula. Também existem recursos na secção da biblioteca digital para consultar e obter informações cruciais em termos de procura de emprego, de direitos laborais (exemplo: Guía Intercultural para el Empleo y la Convivencia en la Región de Murcia, e Nº 7 Revista Punto de Vista: Religiones).
5. Em termos de abrangência da mensagem, pelo facto do sítio estar apenas disponível em Castelhano, pode condicionar o visitante que tenha dificuldade em entender a língua. Contudo, e de acordo com a realidade portuguesa, essa condicionante torna-se muito pouco relevante, pois as semelhanças das línguas permitem uma leitura suficiente e diria mesmo confortável, bem como uma apreensão do sentido da mensagem. Mais uma vez, este sítio poderá servir de base de trabalho para diversas disciplinas (Formação Cívica, Língua Portuguesa, Área de Projecto, História, Geografia e Línguas Estrangeiras, nomeadamente as romanófonas). Tanto em termos de pesquisa, bem como de aprofundamento de temáticas ligadas aos direitos das mulheres, à alfabetização das crianças do sexo feminino ou até à criação de guias/roteiros/panfletos de ajuda ou apoio para minorias de género, étnicas ou religiosas – e temos exemplos de sobra neste portal – podemos usar pedagogicamente através de diferentes metodologias estes recursos e implementar actividades de carácter predominantemente intercultual em sala de aula, em actividades extra-curriculares, em clubes, no âmbito da aquisição de literacias através dos programas de Bibliotecas Escolares, etc… De ressalvar, ainda, os preciosos recursos pedagógicos para professores e formadores que queiram saber mais e melhor sobre a educação livre de sexismo e discriminação. A explorar, definitivamente, numa escola perto de si.
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