La salle de classe

La salle de classe

05/01/11

PROJECTO I:


1.       Relativamente ao primeiro critério que salientámos, o Público-alvo, ao olhar para este sítio com uma clara identidade institucional (ostenta o símbolo da UNESCO), a clara associação às Nações Unidas, da qual é anunciado que faz parte de suas prioridades, vemos em lugar central da sua apresentação uma fotografia com jovens (provavelmente estudantes universitários) de origens multiculturais a servir de cartão-de-visita deste projecto intercultural nomeado réSEAU. Podemos concluir que existe a preocupação de corresponder às várias identidades do público-alvo, quer sejam professores/formadores/estudantes ou alunos deste projecto. O pequeno texto de apresentação associado a esta imagem ressalva a forma como o mundo alterou a forma como comunica e o facto da nossa sociedade se ter tornado multiétnica e multicultural.
2.      Sendo da responsabilidade da UNESCO, com a tutela das Nações Unidas, as credenciais deste sítio são indubitavelmente de relevo e inequivocamente rigorosas em termos de correcção e fiabilidade da informação. Para além de respeitar o conceito de ‘intercultural speaker’, (Byram and Zarate, 1997; Kramsch, 1998), que designa toda e qualquer pessoa que tenha a capacidade de interagir com os outros e aceita outras perspectivas e percepções do mundo e se torna mediador desta consciência intercultural (tradução livre), toda a informação publicada defende e sublinha a importância do mundo (re)conhecer as diferenças e celebrá-la através de uma verdadeira e abrangente capacidade de comunicação. Entre as tarefas da UNESCO no âmbito da sua missão, encontra-se a de promover a expansão e a melhoria da qualidade da educação, entendida como direito fundamental do indivíduo e instrumento essencial para uma política de diálogo entre os cidadãos e os Estados. No portal específico da UNESCO é feita este breve resumo que serve de “bilhete de identidade” dos feitos desta organização mundial:

“Desde a sua criação, em 1945, a UNESCO tem desenvolvido um trabalho notório no âmbito da Educação a nível mundial, no aconselhamento técnico pedagógico, na edição de documentos normativos, na promoção e realização de projectos inovadores, na criação de competências ao nível governamental, agindo através de peritos, da sociedade civil e das comunidades. Empenha-se ainda na publicação de material formativo, na realização de conferências internacionais e partilha de informação, na construção de redes de trabalho e no estímulo da cooperação internacional para a educação, assegurando que os programas multilaterais e bilaterais reflictam os objectivos e prioridades da UNESCO. Os estreitos elos de ligação que a Organização estabelece com os Ministérios de Educação e outros parceiros em 191 países, constitui um modo de pressão para uma aplicação efectiva dos princípios defendidos.[1]

3.     Pelas razões acima referidas, podemos avaliar como excelente a objectividade e correcção linguística e cultural e que defende a equidade das várias identidades, oriundas dos vários países do mundo. A própria imagem dos estudantes tem a preocupação de mostrar jovens com semblantes felizes, uma certa uniformização de trajes (nada muito estereotipada e unilateralmente identificável como “estrangeiro” ou oriundo de um certo país) contrastando com a multiplicidade dos traços étnicos (cor da pele, cabelos, olhos, para além de não se conseguir associar nenhuma etnia, nenhum país a um determinado estrato social ou classe. De uma certa forma, esta imagem transmite a ideia que existe uma certa unidade nas nossas diferenças: somos todos seres humanos. Por outro lado, vemos a preocupação com a paz no mundo, o respeito dos Direitos Humanos, que aparece através de ligações para outros sítios da responsabilidade das Nações Unidas. Um dos seus lemas, publicitado no seu sítio, Educação Para Todos, implica o combate às discriminações no acesso ao ensino e a educação contínua ao longo da vida, como meio de melhorar a adaptação às transformações do mundo actual.
4.      Em termos de criatividade, não se pode dizer que o conceito estético-visual deste sítio tenha algum ingrediente de design revolucionário ou particularmente atractivo. Não nos podemos esquecer que se trata de uma instituição de ordem mundial, com grande legado e grande responsabilidade educativa. Por outro lado, embora nem as cores dominantes (azul e branco) nem a riqueza imagética parecem ser a prioridade deste sítio, contudo a sua apresentação é funcional e clara, sabemos onde procurar a informação pretendida, existe um equilíbrio entre a mensagem e a imagem, com uma multiplicidade de ligações para a apresentação de outros projectos interculturais incluídos no réSEAU (Educação no Património Mundial; Concurso escolar Mondialogo School Contest; As convenções GigaPan e o Projecto do mar Mediterrânico Ocidental para a promoção do diálogo intercultural).  
5.     A dimensão da difusão desta mensagem é de ordem mundial. Pelos projectos interculturais apresentados e pela sua tutela directa apercebemo-nos que atinge os cinco continentes. Apresentam inclusive ligações para publicações sobre a temática apresentada que respeitem e defendam uma ética que tem como princípio ético o facto de pertencermos a uma mesma humanidade. A perspectiva formadora para a uma Educação e um Ensino plural que acolhe e abraça estas diferenças e as utiliza no sentido de enriquecer ainda mais as crianças e as suas identidades religiosas, culturais, pessoais, sociais e de géneros é dada como prioridade. Nomeadamente a publicação intitulada: Apprendre à vivre ensemble : un programme interculturel et interreligieux pour l’enseignement de l’éthique,  programmes et publications parrainés par l’UNESCO, 2008 (en anglais) estabelece as noções de ética e religião, interculturalidade e multiculturalidade, apresentando soluções pedagógicas com o fim de melhorar as práticas pedagógicas nas escolas e mudar o próprio paradigma de escola face às profundas mudanças da sociedade.
Na publicação seguinte, Principes directeurs de l’UNESCO pour l’éducation interculturelle, 2006, apresentam-se as directrizes para uma educação intercultural, com a divulgação de uma base de dados da UNESCO, as temáticas sobre a Educação e a Multiculturalidade, a Multiculturalidade e a Interculturalidade; Papel e objectivos da Educação Intercultural e as directrizes definidas pela UNESCO. A última publicação apresentada L’éducation et la diversité culturelle, 2002, salienta através de excertos de projectos da UNESCO, citações e dados estatísticos a diversidade cultural na Educação através do mundo.


[1] Para mais informação, consultar o endereço http://portal.unesco.org/education/

Sem comentários:

Enviar um comentário